Quaresma 2016: lucana e penitencial

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Quaresma 2016: lucana e penitencial

pecadora adulteraNeste ano a liturgia quaresmal segue o Evangelho de Lucas. O primeiro domingo trata das tentações no deserto (Lc 4,1-13). Elas são uma síntese das tentações da inteira vida pública do Senhor. Vencendo-as, ele torna-se modelo para nós. Cheio do Espírito, superou-as através da obediência à vontade do Pai e de um justo conhecimento da Palavra. Essas tentações dizem respeito à escolha fundamental por parte do fiel: ou se escolhe o Senhor e a lógica do seu Reino, ou se age contra ele.

No segundo domingo temos a transfiguração (Lc 9,28b-36). Se Jesus é modelo de fidelidade ao Pai, ao superar a tentação de negá-lo, também o cristão, na condição de discípulo, deve conformar-se ao Mestre. E o faz pela relação com Jesus, com os ouvidos abertos à Palavra: Escutai o que ele diz. Isso é garantia do amadurecimento da fé.

Lucas 13,1-9 norteia o terceiro domingo. O Senhor chama todos à conversão, sem distinção. Os galileus assassinados e os dezoito mortos pelo desmoronamento da torre de Siloé não eram por isso mais pecadores do que os ouvintes de Jesus. A conversão deve tocar os corações de todos e ser atuada no presente. Este é o tempo de graça inaugurado pelo Senhor que veio para dar impulso decisivo à figueira improdutiva.

No quarto domingo (Lc 15,1-3.11-32), dois movimentos são importantes: o comportamento do pecador (filho mais novo) que reconhece o seu erro, pede perdão e faz experiência da verdadeira alegria; e a atitude acolhedora e misericordiosa de quem perdoa (o pai) e faz do encontro de reconciliação uma festa. Este é o modo comum de agir de Jesus. Ele nos ensina que todo pecador deve ser acolhido e reconciliado.

No último domingo temos o Evangelho segundo João 8,1-11: a misericórdia de Deus supera os limites da lógica humana. O pecado de adultério é comprovado; a mulher não pede perdão (pelo menos, isso não é evidente); ainda assim é salva da morte e perdoada por Jesus. Também aqui o comportamento de Jesus é determinante para os discípulos. Por isso a Igreja, simbolizada na adúltera, pede o auxílio de Deus para agir conforme o mesmo amor que levou o Filho a dar a vida por nós (oração da coleta do dia), ao mesmo tempo que sabe ser amada pelo seu esposo. Negá-lo é caminhar na direção da morte. Enfim, ou estou com Cristo ou não!

Por: Pe. Rafael Aléx Lima da Silva – Liturgista

Artigo publicado na edição de fevereiro de 2015, do Jornal da Arquidiocese, página 08.

 

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